terça-feira, 24 de março de 2009

IMPERIO SERRANO NO SABADO MOSTROU SUA FÉ

Na feijoada deste último sábado (21) no Império Serrano foi muito emocionante, todos inconformados ainda com o rebaixamento pro grupo de Acesso, mas também com muita raça e muita vontade de dar a volta por cima e mostrar que Impériano de fé não cansa.

A todos os bravos componentes do Império nossa admiração, solidariedade e apoio.
E quem sabe os Imperianos , já que a Marcia não confirmou se ficará, a diretoria sondar Rosa Magalhães para fazer o Bum bum baticumpruncurundun ..o nosso samba é minha gente é isso aí.... enfim ela retornando ao Império seria o máximo.

31 comentários:

Andreia disse...

O máximo realmente seria ver o Império Serrano retomando sua capacidade criativa em torno do ineditismo, porque esse apego demasiado ao passado atenta contra a renovação que é traço do carnaval carioca e, no meu sentir, é tão gravoso quanto a superestima às superescolas de samba S/A - uma viola suas fontes; a outra, a expressão. Em 2003, após uma série de criticas sobre o esfriamento do desfile, autorizou-se a reedição, na fala do então “presidente”da Liesa para “pegar a turma dos quarenta anos que não tinha tempo para aprender os novos sambas”. Malgrada expressão, ela dá o tom do que efetivamente representaria uma reedição naquele momento – divertir o público. Portela e o próprio Império fizeram desfiles bem-sucedidos em 2004, uma licença à nostalgia (merece lembrança a alegoria belíssima da Portela sobre a lenda da Lua chorando seus amores mal resolvidos) e a entrega do público ao samba de Silas de Oliveira, imagem da atemporalidade do verdadeiro samba-enredo.
Não foi mais do que isso e não era para ser, apesar de os inconformados sacarem regulamentos estúpidos (desfile de escola de samba AINDA não é quesitação de ginástica artística) para defender o sectarismo de suas normas ou mesmo retaliações por enredos idos. Em arte, não é assim e nunca será, há critérios subjacentes para se entender uma manifestação artística num contexto específico e seguramente fulmina o conceito deja vu. Ninguém escreverá isso em fundamentação de nota, mas na avaliação subjetiva estará presente, como esteve em todos os tempos marcantes da História da Arte. Hoje há o predomínio de um minimalismo conceitual, do qual o Renato Lage é expoente, daí o sucesso de um Salgueiro campeão sem samba-enredo.

Andreia disse...

Neste contexto, o que tivemos do maravilhoso Império Serrano? Uma reedição em 2004, uma releitura em 2008 de “Taí Carmen Miranda” para “Tai, eu fiz tudo pra vc gostar de mim” e 2009 outra releitura de “Lendas das sereias, rainhas do mar” para "Lendas das sereias e os mistérios do mar”, ou seja, ora a inferência é no samba-enredo, ora é na temática, sempre na base de uma releitura que, data vênia, é violação clara das fontes do carnaval como manifestação artística. Arte revisitada repousa na falta de rumos. Porém, o curioso é que neste interregno o melhor desfile do Império foi inédito, em 2006, com um samba lindo do Arlindo Cruz, que faz jus à idéia do imperiano de fé não cansa, expressão de respeito às fontes primárias. Pra que insistir-se com reedição, se há alternativas? A reedição de 2009 não superou sequer a de 2004, sua referência de sucesso.
Nem mesmo prospera a idéia de que os jurados privilegiaram as superalegorias, porque não se justificaria então o terceiro lugar da Portela (ou quase vice), disputando com a super Beija-Flor e à frente da Grio, bem como o sexto da Mangueira, cuja remissão dos imperianos à injustiça é tão perversa quanto a que alegam terem sido vítima, o samba INÉDITO da Mangueira impulsionou sua força e essa foi uma das diferenças marcantes entre as duas. Não teve superalegorias, mas teve o melhor samba e INÉDITO para se reafirmar. O critério superalegorias não prevaleceu em 2009. Uma graça de taxista veio me falando no caminho da Sapucaí sobre reedição. Ele disse que essa “coisa de reedição” era o mesmo que “ beijar namorada de infância e esperar a mesma emoção” o que me fez pensar numa metáfora de Heráclito “um homem não pode banhar-se duas vezes no mesmo rio, nem ele será o mesmo e o rio já será outro”, aforismo adequado à perfeição ao tema para transcender a mero exame de notas.

Anônimo disse...

Pô...você é Andreia que debatia as vezes no tamborins co o Muniz Sodre? Se for sempre quiz te conhecer. passa email.

Paulo (portelense)

Carlos disse...

Eu achei que o Impe´rio nao mereceu descer, Andreia, mas acho que não devia mais fazer reedição está repetitivo.

Anônimo disse...

Está bonitinho e tal mas em momento nenhum a sra. fala das notas do imperio, é absurdo isso. Agora só falta dizer que o Imperio é que é culpado de descer. Acho incrível como tem pessoas assim. Você tamb´m não fala do esquema que existe que toda escola que sobe desse no ano seguinte, eñtão não adiante dizer um monte de coisa e nao dizer nada. Isso é chapa branca

Ana

Anônimo disse...

E se é permitida a reedição vai ser punida por ela?

Ana

Anônimo disse...

A discussão está muito bem abordada agora aqui algumas ponderações devem ser abordadas, quando uma escola de samba resolve apresentar uma reedição de samba enredo, tanto faz se a defendeu no passado ou se foi outra escola, não é garantia de sucesso em outros desfiles por um detalhe, o de que o enredo, se reeditado ou não, deve estar inserido dentro da proposta de desfile que determinada escola mostra, um exemplo muito claro disso está na escola campeã. O SALGUEIRO fez o desfile de 2009, com um samba considerado fraco pela crítica, e por este que vos fala, mas no entanto, com uma execução bem encaminhada pela bateria de Mestre Marcão, conseguiu dar uma boa seqüência a este, além de outros quesitos que foram bem trabalhados pela escola e a tornaram campeã deste ano com unanimidade. Achei os jurados muito rigorisos com a bateria do Império Serrano que no meu modo de ver, foi muito mal avaliada pelos jurados deste quesito. O que acontece, é quê um enredo inédito serve para agregar mais a escola estimulando sua ala de compositores, que no caso do Império, é a melhor na minha opinião, além de contribuir para o aperfeiçoamento, e para a própria evolução da escola tornando apta a concorrer com as demais do grupo especial por isso, como tenho muita admiração por esta escola, acho que ela deveria abandonar futuras reedições quê por melhor intenção que tenha, só serve para que o IMPÉRIO SERRANO, caia na mesmice, fama que esta escola não faz juz.

Paulo disse...

“um homem não pode banhar-se duas vezes no mesmo rio, nem ele será o mesmo e o rio já será outro”,

Gostei Andrea, disse tudo.

Andreia disse...

Ana,
É apenas uma visão, uma idéia, no sentido de transcender à mera conferência de notas, até porque nesse momento essa discussão é absolutamente extemporânea. Estou falando sobre o modelo escolhido pelo Império, o tema é bem outro.
Também não vou me ocupar de debater supostos "esquemas" porque seria discutir suposições, inclusive no campo da responsabilidade penal, o que aqui não cabe, tendo por base uma premissa de que "toda escola que sobe é a que desce" como aparência de fraude. Uma simples reflexão sobre o modelo de desfile modificado para doze escolas tornou quase impossível a sobrevivência da menor,menos estruturada, com menor faturamento e patrocinio etc, como é próprio da correlação de forças, o que, em tese, não é esquema e nem fraude, mas decisão por votação de interessados, razão por que não se caracteriza fato propriamente oriundo de um "esquema". Lamento esse caminho excludente, mas especular fraude em público deixo na sua voz ou na sua escrita, talvez você tenha fatos concretos para aduzi-los em vez de interpretações maniqueístas.

Paulo,
Eu já debati algumas vezes por lá sim, nos bons tempos. Prazer em conhecê-lo.

Mônica disse...

Não dá nem para considerar uma opinião assim porque nao é justa não ve a realidade, mas cada um fala o que quer. Eu acho que o Imperio tinha que ter ficado até entre as campeãs, imagina. pode ser tambem que a reediçao atrapalhou, pode até ser, talvez até tenha uma razão, mas eu escolho se banhar nessa água mil vezes.

Paulo disse...

Andreia você tem orkut?

Luiz disse...

Fecho com você, tem que mudar reedição, tem que mudar quase tudo aliás. Achei que você escreveu um lance que rola de fazer um julgamento subjetivo, eu não sabia como era, mas taí rola sim e o que é pior é isso. se o Imperio ficasse seria otimo.

Anônimo disse...

Adorei a polêmica sobre a reedição de carnavais. O ineditismo é necessário. Para uma maior mobilidade e rendimento da escola, porque o envolvimento de varios setores é maior, e permite que a ala de compositores participe,

monica disse...

Tudo bem tem maior participação lógico né? Tem que fazer samba então todo mundo participa. Eu quero é saber porque que voce não ve que o desfile é sim tipo quesito de ginastica atualomente, só voce Andreia que não tá vendo isso, você parece que vê tanta coisa e aí? Outra coisa voce falou aí em minimalismo que é uma tendencia. Então você não acha que o Imperio foi minimalista? Então quem que foi foi o Salgueiro? acho isso uma piada. Eu não aguento essas opiniões tendensiosas e que querem convencer o mundo todo. eu não acho isso e também acho que estão esculaxando com o Imperio Serrano porque é uma escola mais pobre. Essas coisas do mundo me revoltam.

portelense disse...

Eu só acho o seguinte Molnica as notícias saíram que o Imperio recebeu uma boa grana de repasse e o que que você me diz, essa coisa de escola pobre não existe, existe administração e ponto. Cada um com sua opinião e todo mundo feliz. Vocês estão chorando muito tem que trabalhar. Eu gostei da história do rio duas vezes falei aqui no meu trabalho. Voce está de autoritarismo.

Andreia disse...

Então, finalizemos, Mônica: não vejo o desfile a partir de uma quesitação típica da ginástica artística, porque ele realmente não é.

Na ginástica, há pré-definição de quanto vale o erro, a falta, numa valoração mais ou menos gravosa, que os árbitros e o público conhecem bem – equilíbrio, velocidade, força e flexibilidade despontuados em razão de sua inobservância. Do esporte, creio sim tenha sido inspirada a idéia do bônus na pontuação que está sendo ressuscitada novamente, o resto é discurso para fundamentar legitimidade de resultado.

Essa história germinou com o tricampeonato da Imperatriz Leopoldinense na década de noventa, no bojo do “tecnicamente perfeito” - que só se confirmou naquele tríduo vitorioso - à idéia de que, embora o público não se engajasse nos belos trabalhos visuais da Rosa Magalhães, não havia então o que despontuar, embora a frieza numa expressão de arte popular deva ser interpretada sob a ótica de um bumerangue. Sua expressão é efeito da ausência de um elemento artístico integrador ao destinatário: o samba, a harmonia, o conjunto? É o subjetivo na interpretação a indicar a adequação de se macular a nota máxima na indagação do “e aí?”, sem a entonação que se extrai de seu ânimo, mas subvertida perversamente para “e daí?” traduzida à linguagem popular do “dane-se”.

Em 1989, a Beija-Flor perdeu o título de Ratos e Urubus no desempate de samba-enredo, porque o jurado interpretou o refrão “Leba larô ô ô ô ebó lebará” como ofensa à língua portuguesa pautada no estrangeirismo, vício de linguagem, na maior expressão de ignorância que eu me recordo sobre o tema; em 1996, Imperatriz venceu com um samba que ostentava um desnecessário e flagrante estrangeirismo “Mon amour, c'est si beau/ Esse jogo, essa dança/ Tabajet, tupinambaux. Tratamento diferente para uma mesma premissa. E aí?

Em 1993, a porta-bandeira do Salgueiro caiu em frente ao jurado por ter-se enroscado no fio da TV e todos tememos, então, a perda do campeonato para Peguei um Ita no Norte. A jurada penalizou a falta e, em entrevista, justificou que retirara o mínimo, temendo que sua nota prejudicasse o título da escola. Neste ano, por exemplo, a maioria das porta-bandeiras foram penalizadas com o mínimo por não manter esticado devidamente o pavilhão, falta menos gravosa do que uma queda a merecer tratamento similar. E aí?

Na década de 70, o Salgueiro de Pamplona recebeu uma nota baixíssima de um jurado no enredo sobre a Praça Onze, porque em vez de esculturas utilizou manequins para retratar sua gente, figurinos, botequins próprios da época, sem o conceito tradicional de escultura. O julgador era acadêmico e entendia que teria que ser usada a mão, por isso deu nota em torno de 7, o que motivou um convite do Laila ao povo do Salgueiro relatado por Pamplona para “ir lá quebrá-lo agora”. E aí?

Mais recentemente, a Beija-Flor conquistou um título sob forte chuva com alegorias rasgadas, roupas destruídas, tombos de componentes e, no ano seguinte, a jurada Ana Bernacchi revoltou o mundo do samba ao lançar notas máximas à Portela de Águia quebrada, dentre outras faltas graves, realizando julgamento marcadamente subjetivo sob o viés da categoria estética em que se insere a Portela, superior à qualificação de alegorias e adereços, às favas com regulamentos espúrios que a recomendariam ao segundo grupo por aquele desfile de 2005. Tem meu apreço por sua visão artística.

Pretender transformar em quesitação pré-definida uma manifestação popular, pautada na espontaneidade, no amadorismo, na abstração, a despeito dos discursos mercadológicos que não se sustentam à conferência antropológica mais rasa, é para quem vê e não entende, quem ouve e não assimila e, o pior, para quem pode ver e se recusa, o chamado “pior cego”, com o perdão da referência.

Preferiria ir além, regulamentos têm que ser abortados da vida e, com maior razão, da arte, para que ela cumpra seu papel existencial.

No carnaval, o anarquismo seria o próprio reencontro com suas origens.

Andreia disse...

Então finalizemos sua segunda indagação Monica: o Império Serrano não apresentou qualquer traço do minimalismo em seu desfile e isso nada tem a ver com a verticalização das imagens. A Rosa Magalhães trabalha com pequenas dimensões sem perder a adequação.

O Salgueiro de Renato Lage é que apresentou um trabalho artístico com influências marcadamente minimalistas pela redução formal da temática (Tambor meramente), o uso de elementos de coesão em série para a percepção do fenômeno representado, o geometrismo oriundo da idéia construtivista e as cenas bi e tridimensionais a compor o cenário, identificado como pureza de formas.

O início do desfile, por ex., trouxe na comissão de frente um tripé que representava o tambor em seu início. Para tanto, usou o geometrismo de uma espiral, que se estendeu à saia da porta-bandeira e aos tambores do carro abre-alas, presentes também no chão do carro e no verso dos instrumentos que ostentavam o símbolo da escola. Os tambores giravam exibindo a espiral, bem como o movimento característico da porta-bandeira, para extrair-se deles um significado de representação da reverberação do som no espaço do instrumento-tema de seu enredo por imagens bi e tridimensionais. Maior reducionismo, improvável; construtivismo anunciando o estilo.

Adiante, uma alegoria que representava a Sagração aos Deuses - a mais bonita imagem desse carnaval e que mudou toda a egrégora da escola - trouxe os elementos de repetição sob outra visão, ao postar os orixás dentro dos atabaques, retomando assim a idéia inicial da reverberação do som através de ícones da religiosidade. Nela, é o próprio orixá que emerge do instrumento, não mais o som propriamente dito, exibindo a partir de então a percepção complexa do fenômeno.

Enfim, são vários e outros os elementos que remetem ao minimalismo nas artes visuais (há traços fortes também na música e na moda) nessa obra do Renato Lage, mas o que nos interessa é que tive a impressão de que você entendeu minha referência ao minimalismo pelo tamanho dos carros apresentados pelo Império Serrano e, nesse ponto, finalmente concordo com o “seu” conceito e lhe acrescento uma leitura digamos tridimensional para ser pensada sob vários ângulos não-excludentes e interativos: os elementos não comunicavam absolutamente nada no coletivo. Não foi só a repetição da fórmula do enredo, a ela se soma sua representação, com a ressalva para os belos figurinos.

Mas tô aí com o portelense: “cada qual com sua opinião e todo mundo feliz”.

Sem piadas.

Anônimo disse...

Nossa senhora fora de série, estava só lendo aqui e resolvi escrever porque empolgei,

monica disse...

Eu gostei mais não preciso nem perguntar porque está na cara que você é do Salgueiro e só podia ser então você só ve coisas bonitas lá, eu não acho que uma escola que abriu um buracao pode ganhar e outra que foi certinha tem que desser. A gente ve que você tem um estudo mas eu acho que voce nunca foi num fogao fazer uma feijoada para as baianas de uma escola então voce não sabe nada para me dizer porque voce não sabe do amor de escola você não sabe o que é ter vida lá dentro e ser esculaxado por quem tem estudo sem amor.
Os salgueirenses são assim, eles se acham os melhores no samba, no estudo e acham que o Almir Guineto é o melhor que existe no samba e esqueçem da Dona Ivone, eles se acham o quindim da festa, eu sei disso sou casada com um que leu aqui o que você escreveu e falou que eu fui parar no mercadão de madureira e eu perguntei você acha que ela sabe onde é madureira? Assim que são os salgueirenses, porque moram na Tijuca e queriam morar na Barra esse que é problema, uma escola que teve marchinha, monte de branco, bicheiro e canta de galo no terreiro só porque é vermelha. O Lula falou que essa gente é tipo olhos azuis se mete para estragar.
Bem Andrea eu achei os carros pequenos e bonitos sim, se você não achou por causa do Salgueiro eu só quero dizer que você dá importancia ao que não tem, proque se você viesse na feijoada do Império você ia mudar de opinião com todo o estudo que você tem.
Minha filha é salgueirense também e gostou da sua escrita e falou mamãe não adianta disputar com salgueirense porque eles humilham sao a carne seca, mas não sei se eles são felizes, mas nós somos.
Eu gostei foi do que a Dorina escreveu do que ela viu da feijoada, foi emocionante.

Anônimo disse...

Essa é muito boa, agora a Monica quer discutir amor de escola. Você vai lá pergunta para a pessoa ela te responde e você ainda ataca ela desse jeito? Porque o seu amor que cozinha na feijoada tem que ser maior que o dela que vê e escreve o que ela faz? Você acha entao que isso não é amor também?Você acha que você vai ler o que ela escreveu na revista Contigo? Eu não conheço ela, mais eu acredito que é uma pessoa que tem uma vivencia no samba se nao como ela ia saber disso tudo se não está escrito. Procura para ver se voce acha isso entao em vez de pensar você vai bater no Almir Guineto, essa é boa? Na menina eu nem digo porque está na cara que você não soube responder os temas dela e veio falar de salgueirense. Ela falou na Portela, na Imperatriz na Beija-Flor e você sisma com Salgueiro aqui. Acho que o seu marido está certo vai pro mercadão de madureira aprender primeiro educacao. Andreia obrigado pelo que você escreveu continua falando para a gente eu copiei e guardei e gostaria sim de te conhecer pessoalmente

Paulo portelense, seu fã

Patricia Alencar disse...

Andreia achei tudo essa discussão. Das boas.

Gabriel disse...

Bem como eu falei aí estava só lendo e resolvi me manifestar, porque isso que a /andreia falou foi uma verdade para quem viu a gente não sabia ou pelo menos eu não sabia porque tinha sido assim tão inteiro, foi mais do que carro bonito roupas, tinha alguma coisa a maior, agora lendo aqui eu acho que eu descobri o que que foi então.
Já o Império Serrano eu até acho que não devia descer, porque eu não gostei da Mocidade, mas eu estou mudando a minha opinião depois que eu li aqui porque realmente não dá mais reedição, cansou e tem que ficar quem está produzindo ou tentando produzir. Acho também que o Império Serrano tem condições de dar a volta por cima, porque é uma grande escola, as pessoas tem que parar de achjar que tudo é arranjado, como que a manifestação do povo pode ser arranjada, o enredo foi muito confuso. Monica você está indo para um lado que é furado, criticar slagueirense é mole, quero ver é se criticar.

Vera disse...

Estou gostando muito desse debate aqui. Andreia você falou em minimalismo do Renato, você não acha que seria do Paulo Barros essa iniciativa? E a Rosa? Achei lindo isso que você falou do carro branco dos orixás foi isso mesmo. Quero dizer para a Monica que sou salgueirense e acho o Almir Guineto o maior, com certeza.

Andreia disse...

Vera, Paulo Barros está mais para a Semiótica, ao usar a teoria dos signos para representar suas idéias do que propriamente para o estilo minimalista.

Ele usa a imagem dinamizada para representar o objeto e criar uma impressão (primeiridade), um sentimento, um conjunto de possibilidades do devir: o que será formado na representação se desfaz num momento seguinte, por isso nos mobiliza. A partir do significante, o espectador compreende a mensagem e seu conteúdo (secundidade) e formula sua síntese intelectual – o significado, que depende da formação e observação individual, por óbvio.

Não é teatro rebolado o que ele faz, nem ginástica, como apontam. É o símbolo que importa e sua proximidade sensorial. É isto o que ele objetiva causar e, nessa seara, é o único realmente que exibe a linguagem. Não foi até então melhor do que a linguagem narrativa dos demais consagrados.

Falta-lhe a defesa de uma temática consistente. O tema sobre a música da Tijuca em 2006 e o jogo da Viradouro em 2007, seus enredos solo, foram a representação iconográfica de um superficialismo repugnante, ou mesmo de uma infantilidade. Os dois primeiros enredos realizados na Tijuca contaram com o apoio da Casa da Ciência da UFRJ, o que induz à crença de que se ele até sabe representar, só precisa aprender melhor “o quê”. Artista não deve viver só de inspiração.

Ainda na seara da semiótica, seu desfile de 2006 protagonizou um clássico da linguagem e uma antologia das belas artes, ao usar 22 fuscas pretos para representar a idéia do Fuscão Preto, marco da música brega da década de 80. Foi similar ao grotesco de um aluno ser chamado em sala de aula pelo professor de Semiótica para dar um nome à tela que continha a pintura de várias cadeiras. Ele então sacou prontamente seu título: “a cadeira”...foi o que o Barros fez com o fusca, ao vivo em cores e com assinatura. Só me conforto pela notícia de que os carros seriam doados à comunidade, mas queria ouvir um relato pessoal do felizardo a respeito...

Na minha visão, a linguagem semiótica ainda não rendeu samba, mas tem o mérito da diversidade.

Andreia disse...

A obra da Rosa Magalhães é um compêndio de artes plásticas, até por sua formação acadêmica. Mas a base tem o estilo da arte renascentista com o geometrismo de seus quadrados. Todas as suas alegorias se baseiam em quadrados superpostos de diferentes tamanhos sobre os quais constrói perspectivas harmônicas, o que rendeu observação de uma pessoa com quem assistia aos desfiles de que seu estilo na verdade era de “bolo de casamento”. Adorei a categorização!

A forma plana é usada para a perspectiva do antropocentrismo, o que não ocorre na linguagem do Barros por ex., em que a figura humana é a base da imagem. Com a Rosa, é o contrário. A escultura tem existência independente, bem representada nos bustos de reis, rainhas, elementos marcantes nos seus enredos ditos “históricos”, bem como representações de paisagens, fauna e flora com uma exatidão impressionante. A partir dessas cenas, os quadrados deixam de existir, por isso é que a ausência na variedade de formas não incomoda tanto em seu trabalho (e só no dela): o perfeccionismo dos adornos é extasiante. É a obra artística em si.

Fala-se muito de seu estilo rococó,com seus anjinhos rechonchudos, bibelôs, os materiais em gesso, as cores suaves e a representação de jogos infantis, cenas alegres, cotidianas. No enredo sobre a Imperatriz Leopoldina, em 96, pela contextualização na Áustria, o estilo foi linear, adequação foi de forma e conteúdo, em razão da referência histórica.

Na contramão dos classificadores de plantão, não vejo tanto barroco no trabalho da Rosa, especialmente aquele usado para indicar tudo o que não é concebido como “moderno” no carnaval (e moderno também é mal conhecido por neon)recebe a alcunha de barroco, mas sem dúvida que ele está presente nas colunas retorcidas, nos contrastes de luz e sombra que ela extrai do uso das cores como ninguém e na fusão difícil de arquitetura e escultura, que só ela e o Lage conseguem à perfeição.

Gostaria de vê-la no psicodelismo visual (e só neste), até por uma reciclagem, variação de estilo. João 30 usou elementos, mas há um campo inexplorado da saturação das cores, do surrealismo, do grafismo, dos ecos de imagens, que são, na verdade, um estímulo à percepção humana, à reconstrução do caos que é a demanda da modernidade.

Monica disse...

Andrea essa eu gostei quero te convidar também para voce vir aqui no Imperio na feijoada queremos te conhecer pode me procurar nas baianas tá? desculpa o que eu falei foi dezabafo minha iflha é que acha que você é salgueinse é uma grande escola só tem estudado lá como ela me falou , no samba tem também, mas eu gosto da Dona Ivone.

Lá sou conhecida como Maria Firmino

Andreia disse...

Não há o que desculpar. Você falou com o sentimento e essa é uma forma linda de pensar o mundo.

Realmente, sou salgueirense e adorei ser comparada a um quindim de festa, é meio por aí o contexto...rsrs

Só quero lhe dizer que conheço Madureira sim, mas nem tanto quanto gostaria.

Qualquer dia, apareço na feijoada.

Abraço

Andreia

vera disse...

A Rosa precisa dar uma mudança, taí algo novo que podia acontecer, não sei se ela na Ilha vai fazer isso, a escola que ão tem estrutura para o trabalho da Rosa,não sei,ela dá show, a abertura da olimpíada foi orgulhosa. O Paulo Barros eu acho que só faz teatrinho, reboladinha e tchauzinho pra lá e pra cá, mas eu concordo que é tudo meio infantil, não tem enredo forte e se acha o genio do carnaval a novidade. Você ainda acha alguma coisa eu acho mediano mesmo. O Renato deu uma chamada nele porque ele tem que respeitar que tem história, ele ão ganhou nada e concordo que não mereceu ganhar, acho que a vaidade dele é maior do que o talento. O Joao tinha talento e vaidade então tudo bem, ele podia, mas esses novatos tem que andar na estrada de chinelo. Lembro que tinha um samba da escola dele que falava de vassoura ou de chinelo que foi horrível isso devia estr na sinopse, então, é mau gosto mesmo, trash como diz a minha neta.
Eu me interesso por esees estilos de arte,eu pinto telas, e estudo sobre isso, achei tudo o que você escreveu interessante aprendi também mas eu achava que o psicodelico foi o Fernando Pinto que Deus o tenha quando ele fez os trabalhos na Mocidade tipo Tropicalia Maravilha e Tupinicópolis foram divinais. Eu acho que foi psicodélico. Eu até já falei sobre isso no meu curso de pintura sobre esse estilo que teve no Fernando Pinto é muito difícil um resultado de bom gosto nele.

dudu disse...

super legais os comentários

Renato disse...

todo mundo tinha que ler isso aqui.

Paula disse...

muito bom o blog, parabéns Dorina, queria ler mais vezes.